Dr. Carlos Antônio da Costa
TEGO 035/79
CISTO DE OVÁRIO (I)
Os ovários são glândulas muito especiais. Na puberdade, são responsáveis pela produção dos hormônios que irão transformar o corpo da menina num corpo de mulher (surgimento das mamas, arredondamento das formas, aparecimento dos pêlos pubianos, etc.).
Cerca de dois anos após a primeira menstruação – e por mais de trinta anos até as proximidades da menopausa -, a atividade ovariana passa a obedecer a um complexo ciclo, cujo objetivo principal contém a essência da Natureza: a reprodução. Diferentemente dos testículos que, a partir da puberdade, produzem diariamente cerca de 100 a 200 milhões de espermatozóides, os ovários, durante a fase reprodutiva, produzem um único óvulo a intervalos que variam de 21 a 36 dias.
A ovulação, que ocorre mais ou menos no meio do período entre as menstruações, é o acontecimento central do ciclo ovariano (figura 1). Antes e depois da ovulação, a estrutura ovariana passa por profundas modificações que se refletem na quantidade e na qualidade dos hormônios produzidos. Na fase pré-ovulatória, alguns folículos (estruturas que contém os óvulos) começam a crescer, adquirindo o aspecto de pequenas bolhas (cistos). Entre esses folículos, um se destaca - o maior deles (o escolhido para romper-se) -, que imediatamente antes da ovulação chega a alcançar 20 mm de diâmetro. O principal hormônio produzido nesta fase é o estrogênio. No período pós-ovulatório, as paredes do folículo roto se transformam numa nova estrutura: o corpo amarelo ou corpo lúteo. Como se fosse uma nova glândula dentro do ovário, o corpo amarelo – que produz um outro hormônio, a progesterona – tem o seu tempo de existência determinado pela ocorrência (ou não) da fecundação. .
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a formação e regressão do corpo lúteo, relacionando-os, no tempo, a um ciclo menstrual de 28 dias.
Os números que aparecem em vermelho correspodem ao dia do ciclo da ocorrência.
Os números que aparecem em vermelho correspodem ao dia do ciclo da ocorrência.
Como descrito, são muitas e complexas as alterações sofridas pelos ovários em cada ciclo. Se imaginarmos que esse processo (crescimento dos folículos, ovulação, formação do corpo lúteo, cicatrização) se repete – da puberdade à menopausa – por pelo menos 400 vezes; se lembrarmos que os intrincados mecanismos hormonais que o regulam são extremamente sensíveis e dependem também de outras glândulas (como a hipófise, a tiróide, entre outras); se admitirmos, ainda, que a Natureza está sujeita a falhas e a “acidentes de percurso”, talvez possamos entender algumas das alterações ovarianas que, na ultra-sonografia, aparecem sob a forma de cistos.
Cistos são cavidades – como bolhas - que contêm líquido no seu interior. As características mais importantes dos cistos de ovário, que norteiam o diagnóstico quanto à sua natureza benigna ou maligna, são: o tamanho, a homogeneidade do conteúdo, a regularidade da parede (cápsula) e o fato de atingir (ou não) ambos os ovários. É importante lembrar que o folículo, imediatamente antes da ovulação, é um “cisto” que chega a alcançar 20mm de diâmetro – uma ocorrência absolutamente normal na fisiologia feminina durante a fase reprodutiva, mas que muitas vezes preocupa a paciente ao ler o laudo da ultra-sonografia. Os folículos podem dar origem aos chamados cistos funcionais (ou cistos simples). Estes, desde que menores que 5 cm - e assintomáticos - não necessitam de nenhuma intervenção, pois, na maioria das vezes, regridem espontaneamente.
Cistos maiores que 5cm, de conteúdo heterogêneo, com limites irregulares e de crescimento progressivo - principalmente se aparecem antes da primeira menstruação ou após a menopausa – precisam ser removidos cirurgicamente para exame, pois existe a possibilidade de, nessas circunstâncias, tratar-se de um tumor maligno.
A maioria das formações císticas ovarianas não apresenta sintomas, porém algumas portadoras podem se queixar de irregularidades menstruais e dor pélvica (que aumenta com as relações sexuais e/ou com as menstruações)
Os chamados “ovários policísticos”, assim como os cistos por endometriose ovariana, serão temas a serem abordados em outros artigos desta série.
Lembramos que os textos da série "A Saúde da Mulher" têm caráter estritamente informativo e de apoio,
não substituindo - em hipótese alguma - as relações de confiança entre médicos e pacientes. (CAC)
Fonte: http://www.drcarlos.med.br/artigo_021.html acesse para ver todo conteudo
Nossa adorei os assuntos.. otimos e com certeza tira um pouco das nossas duvidas..
ResponderExcluirObrigada pela visita e volte sempre Mara.
ResponderExcluirEstamos tentando tirar um pouco das duvidas ajudando no que for possivel. super abraço de nossa equipe.