quarta-feira, 4 de agosto de 2010

0 AVC ataca mulheres jovens

AVC ataca mulheres jovens
Como prevenir e cuidar da doença que avança precocemente

Segunda doença que mais mata no Brasil – primeira se for considerada dentro do grupo das doenças cardiovasculares – o Acidente Vascular Cerebral (AVC) vem atingindo drasticamente o sexo feminino. Nos últimos 5 anos, foram internadas 32 mil mulheres nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) com idades entre 20 e 44 anos.

Isso se deve devido à ocorrência de uma série de fatores como: uso simultâneo de pílulas anticoncepcionais e cigarros, estresse, colesterol elevado e, principalmente, hipertensão arterial sistêmica (ou pressão alta).

Para a coordenadora de neurociências do grupo Sanare, do Rio de Janeiro, Andrea Bandeira, cuidados básicos no dia a dia evitam o AVC. “Alimentação saudável e balanceada, atividade física, não fumar, cuidados com a saúde de modo geral e, sobretudo, o controle da pressão arterial e de outras doenças cardíacas são fatores que ajudam a evitar a doença”, afirma.

Ela reforça o estresse como um dos fatores agudos para o surgimento da doença. “O estresse potencializa todos os fatores de risco. Portanto, podemos controlá-los. Mas, se não for dada a devida atenção aos estressores diários, a prevenção não será tão eficaz”, alerta.

Definição

O Acidente Vascular Cerebral, popularmente chamado de derrame, ocorre quando o oxigênio não é levado ao cérebro em razão de alguma obstrução ao fluxo sanguíneo nas artérias do pescoço, carótidas e vertebrais, ou mesmo nas que ficam dentro do crânio. Essa obstrução pode ser causada por placas de gordura que se formam no interior dos vasos (ateroesclerose); trombos, quando a coagulação sanguínea ocorre de forma desregulada dentro do vaso após a ruptura de uma dessas placas; ou êmbolo, processo pelo qual uma partícula sólida viaja dentro do vaso até impactar em algum ponto da via e obstruí-la. Quando isso ocorre, as células do cérebro (os neurônios) rapidamente morrem.

Há dois tipos de AVC: o isquêmico, que constitui cerca de 80% dos casos, e cuja causa é a carência de oxigênio explicada acima; e o hemorrágico, bem menos comum, causado por um sangramento espontâneo dentro do cérebro, que, por sua vez, pode gerar um hematoma com riscos para o paciente.

O derrame pode manifestar-se de várias formas, dentre elas destacam-se a fraqueza ou paralisia dos membros ou da face em um lado do corpo; dificuldade da fala; perda visual repentina em um dos olhos; alteração da consciência e, no caso do AVC hemorrágico, uma dor de cabeça extremamente intensa.

Hipertensão

A diminuição da ingestão do sal é primordial para combater a principal causa de AVC entre mulheres e homens, independente de idade. Uma redução diária de três gramas de sal evitaria, no mínimo, 60 mil derrames por ano. Ainda naqueles pacientes que já têm o diagnóstico de hipertensão arterial, torna-se fundamental o adequado tratamento da doença, seja com mudanças nos hábitos diários ou com o uso de medicamentos.

Anticoncepcional e cigarro

Esta combinação aumenta em oito vezes o risco de AVC. O uso das pílulas favorece a coagulação sanguínea de diversas maneiras e a nicotina danifica a parede dos vasos, tornando-a mais rígida e propensa à formação de placas de gordura, aumentando ainda o risco de estas mesmas se romperem.

Gordura abdominal

O acúmulo de gorduras na região é localizado, estando associado ao cortisol, que é o principal hormônio do estresse. Além disso, o aumento da circunferência abdominal é um indicador que muitas vezes está associado com o colesterol alto, o diabetes e a hipertensão. Segundo dados da Amytis, cerca de 62% das mulheres entre 20 e 44 anos possuem obesidade na cintura.

Tratamento à base de trombólise

A trombólise é o tratamento mais adequado na fase aguda do AVC isquêmico, eficaz em minimizar os danos no sistema nervoso central, desde que aplicada em até quatro horas e meia depois do início dos sintomas e o paciente em questão não tenha nenhuma contraindicação ao tratamento. Se bem utilizado, o número de pessoas que não terão sequelas pode chegar a 30%. Porém, poucos hospitais estão preparados com materiais e treinamentos de profissionais.

Na opinião da neurocientista Andrea Bandeira, o investimento em qualificação de profissionais na área será o diferencial para a prevenção dos derrames. “Treinamento é o principal, mas também precisa haver investimento em infraestruturas e materiais nas emergências dos hospitais, como aparelhos de tomografia computadorizada, ambulâncias do Samu bem aparelhadas, entre outras”, conclui.

Ainda de acordo com especialistas, é muito importante que as pessoas aprendam a reconhecer os sinais e os sintomas da doença desde o início, a fim de que ela logo seja tratada por um médico a fim de evitar possíveis riscos à vida do paciente. Para tanto, fica indispensável a participação da mídia na divulgação das manifestações da doença e as devidas orientações para o grande público.

Colaborou Adriano Augusto

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