sábado, 15 de janeiro de 2011

0 Eu quero ter filhos e ele, não


Eu quero ter filhos e ele, nãoComo resolver o conflito quando você quer ser mãe e ele não quer ser pai

Quando o casal quer filhos já é difícil. Quando um dos dois não quer, tudo fica mais sacrificado. E como lidar com o seu desejo de ser mãe, se ele não vem acompanhado pelo desejo dele ser pai? Marina Vasconcellos, psicóloga especializada em terapia familiar e de casal pela Unifesp, diz que, em primeiro lugar, isso deveria ter sido conversado antes do casamento.

Antes de casar
O casamento envolve um projeto de vida em comum, e isso envolve ter ou não filhos. Faz parte conversar sobre isso antes, diz Marina – que avisa para tomar cuidado com a ideia de que depois convencerá o homem. É uma questão muito séria. Ser pai é um compromisso, é uma mudança de estilo de vida. Se o homem deixou claro que ele não quer, é melhor repensar alguns pontos.

Claro que pode ser uma situação contornável. Mas fale sobre isso antes de firmar uma relação. Às vezes, ele só não quer filhos imediatamente. Quer quitar o apartamento, fazer uma poupança, curtir o casamento... Veja quais são os motivos dele e se a paternidade faz parte dos planos dele, mesmo que a longo prazo. Porém, com aquele que diz que, definitivamente, não quer, pense duas vezes antes de casar.

Depois de casar
Vocês já estão juntos e o conflito é atual. E agora? Marina alerta que convencer, em uma situação dessas, é difícil. Acho que a mulher tem três alternativas: passar a vida toda frustrada, aceitar que não vai ser mãe ou se separar, resume ela. Viver casada e frustrada significa estar eternamente insatisfeita. A mulher vai ficar culpando o marido, e sem razão; afinal, ela topou abrir mão da maternidade.

Caso você esteja decidida a ficar com aquele homem, mesmo sem filhos, deve aceitar, sinceramente, o fato de não engravidar. Ela pode investir mais na carreira, viajar junto com ele, ter um outro estilo de vida com o marido e viver bem melhor, afinal, sobra muito mais dinheiro para os dois. Mas, se você acha que é uma prioridade na sua vida, a psicóloga diz que não tem jeito. A separação é a saída.

Erro comum

Não são raras as mulheres que provocam uma gestação. E Marina avisa o que elas já deviam saber: isso não dá certo. Se a mulher deixa de tomar pílula e engravida, o homem se sente usado. É uma traição. Piora ainda mais a situação. Ela não pode fazer isso, condena a psicóloga. Pode até ser que ele seja conquistado pelo filho, mas se isso não acontecer, é muito ruim para a relação dos dois e para a criança.


Se um não quer ter filhos

Ela está toda prosa e faz mil planos imaginando o dia em que vai ser mãe. Pesquisa nomes, confere roupinhas e, antes mesmo de engravidar, já pensou em todas as providências para a chegada do bebê. E ele? Nem sinal de que deseja ser pai! Outras vezes, acontece justamente o contrário: o marido não vê a hora de estrear no novo papel, mas a mulher tem outras prioridades pela frente. A carreira precisa decolar, a relação requer alguns ajustes e até a casa ou o apartamento pedem uma reforma urgente. Enfim, nem sempre o desejo e a decisão de ser pai ou mãe nascem ao mesmo tempo para o casal.

Nessa situação em que um sonha aumentar a família e outro prefere adiar, o jeito é não forçar a barra. Afinal, cada pessoa tem seu próprio ritmo, que precisa ser respeitado. E por mais natural que seja ter filhos, não é nada recomendável entrar nessa aventura por impulso ou apenas para agradar o parceiro ou parceira. "Pode ser aos 40 anos – idade em que as chances de gravidez já diminuem – , mas se a mulher ou o homem ainda não se sentem preparados é melhor esperar", aconselha o ginecologista e obstetra Lister de Macedo Leandro, do Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo.

Ter filhos é um projeto de vida conjunto do marido e da mulher, uma decisão que vai mudar para sempre a vida dos dois. Por isso, ambos precisam ponderar bem suas metas de vida e avaliar se estão realmente dispostos a dar esse passo. "É preciso saber se o plano do outro está de acordo com o seu plano de vida", ressalta a psicanalista Fabiana Ratti, de São Paulo. Nessas horas, o diálogo entre o casal e a discussão sobre seus sonhos é fundamental para que a relação entre eles seja estabelecida com respeito.

Se um dos dois ainda não se sente preparado para ser pai ou mãe, tudo bem. Mas nada de esconder o que está sentindo ou pensando. O parceiro tem que saber as decisões do outro para poder fazer sua escolha também. Aí, quando a hora certa chegar para os dois, a entrega do casal à aventura da maternidade será completa e muito mais recompensadora.

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